O sol já começava a se inclinar no céu quando decidimos que era hora de voltar. A fome dava sinais de vida havia um tempo — e nem os biscoitos amassados no fundo da mochila foram suficientes para enganar o estômago.
Subi na garupa da moto, desta vez com mais confiança do que da primeira, sentindo o vento bagunçar meu cabelo assim que Lucas acelerou pela estradinha de terra.
O caminho de volta foi ainda mais leve, com Lucas contando histórias da infância, dos tombos épicos de bicicleta e das traquinagens que ele aprontava com Zeca, seu primo — ainda que hoje em dia parecessem dois completos opostos.
Eu ria junto, a barriga doendo de tanto que gargalhava, enquanto a paisagem verde e dourada deslizava ao nosso redor.