Suspirei, olhando ao redor. O chalé, apesar de não estar exatamente perfeito, já estava habitável graças à ajuda de Zeca no dia anterior. Não tinha mais janelas despencando, o chão não rangia como se gritasse por socorro a cada passo, e eu não corria mais o risco de um armário cair sobre minha cabeça.
Mas e agora?
A ideia era simples: me isolar, encontrar inspiração, escrever o bendito livro. Só que, claramente, meu cérebro não estava colaborando. E sem escrever, o que mais eu poderia fazer aqui?
Fui até a cozinha, enchi a terceira xícara de café da manhã – porque aparentemente, essa era minha nova personalidade – e encarei a paisagem pela janela. A calmaria do lugar me dava uma inquietação estranha.
Talvez eu devesse explorar um pouco. Dar uma volta pela cidade, ver se alguma coisa me despertava criatividade. Ou talvez…
Uma batida na porta me fez sair dos devaneios.
— Alice, minha filha, tá viva aí dentro?
Dona Gertrudes.
Respirei fundo e fui abrir a porta. Ela me olhou de cima a bai