O plano era simples: entrar no mercado, pegar o que eu precisava e sair. Mas eu tinha esquecido de um pequeno detalhe…
Dona Gertrudes.
A mulher era praticamente uma celebridade local.
Mal tínhamos saído da padaria e já fomos paradas três vezes antes mesmo de atravessar a rua.
— Gertrudes, minha fia! Cê viu que o Zeca perdeu uma vaca? — Um senhorzinho de chapéu e bigode branco perguntou, parecendo realmente chocado com a notícia.
Eu arregalei os olhos. Zeca perdeu uma vaca?!
— Ah, mas achou já, Ubaldo. Foi só a bicha querer dar um rolê.
— Eita, mas é cada coisa… — O tal do Ubaldo balançou a cabeça e olhou pra mim como se só agora tivesse notado minha existência. — E essa moça bonita aí?
Dona Gertrudes sorriu e me cutucou.
— Essa aqui é a Alice, minha nova vizinha! Veio da cidade grande pra aprender a ser gente.
— Oi? — Pisquei, indignada.
Eu já sou gente, obrigada.
Mas ninguém pareceu me ouvir, porque Ubaldo já estava puxando outra conversa sobre a previsão do tempo e como as formigas