— A senhorita está me arrumando um problemão, sabe?
O homem finalmente fala comigo após ficar alguns minutos de pé me olhando no escuro. Ele saca de um dos bolsos um maço de cigarros e o acende, e finalmente consigo ver o rosto dele, mesmo que mal iluminado.
O homem é ruivo e bem bonitão, mas mal encarado e não parece ser muito amigo de um banho. Pelo sotaque, parece americano.
— E que problemão é esse? Moço, eu só sou uma passageira. Quero curtir minha viagem e voltar para a minha casa, só isso. Eu nem conheço o senhor.
Ele me analisa por uns instantes e puxa mais uma vez o cigarro com a boca, fazendo com que a brasa ilumine seu rosto de uma maneira sombria. De repente ele me parece familiar, não sei porque.
O homem se senta no chão diante da porta, pelo jeito, não vai me deixar sair daqui mesmo. Eu tenho que tentar trazê-lo para mim, para fazer com que ele me deixe sair deste lugar.
— Tem uma moça aqui no navio que não gosta da senhorita. Esta é a segunda vez que ela me envolve nos