“Henrique”
Estou há mais de um dia enfurnado neste hotel mequetrefe esperando uma ligação da dona Heloísa. Quando eu dei por mim que ela não estava atendendo às minhas ligações e nem respondendo minhas mensagens, fui lá bater à porta desses velhos malucos, vai que eles tiveram um infarto ou algo do gênero?
Mas, nããão! Os velhos safados foram embora e me deixaram aqui e só agora chega a mensagem da dona Heloísa mandando eu voltar para casa, pois ela e o seu Carlos estavam no navio com a Márcia.
Eu tô sentindo cheiro de armação por aí. Bem que aquela coreana que trabalha no navio me falou que a Márcia estava se engraçando com o capitão do cruzeiro. Eu deveria ter enchido a cabeça na mãe dela, mas fiquei com vergonha de admitir que era corno.
E agora, estou aqui, ferrado de grana e cheio de dívidas. A Márcia sempre me ajudou a pagar as minhas despesas, pois ela ganha bem, é funcionária pública, tem estabilidade. Tem mais é que me ajudar, mesmo. Somos um casal, afinal de contas.
Meus curs