Cap.128

O peito de Ayel doía como se estivesse sendo arrancado de dentro.

Cael não respondeu. Apenas ficou parado, olhando o corredor vazio, enquanto o menino chorava.

Noam e Lior, hesitantes, acabaram fazendo o mesmo — abraçaram o tio com força, como se quisessem impedir que o mundo os levasse dali.

— Vocês já estão bem grandinhos… — murmurou Cael, passando a mão sobre a cabeça de cada um. — Quando chegarmos em casa, vamos conversar. Aí responderei as perguntas que tiverem. Aqui não é o lugar apropriado… ainda mais agora que entendi o motivo de os pais de Maya terem a chamado.

Ninguém discutiu. As perguntas ficaram suspensas no ar.

O caminho de volta foi silencioso. Nem um comentário, nem um sussurro. Os três pareciam carregados por pensamentos mais pesados do que seus corpos pequenos.

Quando chegaram, fingiram um cansaço que não sentiam. Subiram para os quartos, deitaram-se e se cobriram até o queixo. Mas ficaram atentos. Esperaram. Ouviram os passos. O ranger da porta do quarto de