Cap.127
Ayel, sempre mais ousado, ergueu o queixo em desafio, sem se deixar abater pela aparência intimidadora.
— Filhos que não deveriam existir... A união que não foi determinada pelo destino. Tiveram a quem puxar para serem tão atrevidos. — A voz do homem era calma, mas carregava um peso que enchia todo o ambiente.
— Não pode nos intimidar. Nós somos poderosos. Aprendemos a aperfeiçoar o que herdamos. — Ayel retrucou.
— Eles não podem fazer nada contra nós. — reforçou, tentando encorajar os irmãos.
Mesmo assim, ao se aproximarem, os três perceberam um detalhe perturbador: sob o capuz, o homem sorria. Um sorriso calmo, como quem já conhecia o final daquela conversa.
Ele estendeu a mão, lentamente, como se oferecesse um presente.
— É isso que vocês querem?
Os irmãos trocaram um olhar rápido.
— Você sabe? — Lior perguntou, desconfiado, percebendo o que estava implícito.
— Sei. Como eu não saberia? — A voz do homem era grave, quase aveludada. — Eu sou um dos Invocadores.
O silêncio ent