25. A Vila dos Lobos e Kan
25. A Vila dos Lobos e Kan
O ar da Vila dos Lobos tinha um peso próprio. Era espesso, quase palpável, como se cada partícula carregasse séculos de orgulho e desconfiança.
Assim que cruzei os portões de madeira maciça, senti os olhos sobre mim — atentos, desconfiados, julgando cada passo meu. Eu não era bem-vinda ali. Era uma estranha. Uma sombra errante entre matilhas que protegiam seu território com garras e dentes.
Eles não aceitavam forasteiros.
As casas mais simples eram construídas com pedra bruta e madeira escurecida pelo tempo, pareciam mais fortalezas do que lares. Em algumas, bandeiras antigas balançavam com o vento, ostentando brasões de clãs que eu só conhecia por histórias sussurradas em noites de fogueira e outras eram mais ostentadas, construções ornamentais e chamativas, supostas casas dos lobos de alto escalão, elas se erguiam como fortalezas silenciosas no coração da vila. Feitas de pedra escura e madeira entalhada com símbolos antigos, impunham respeito à primeira vi