Dominic Lexington
Eu não costumo perder tempo com suposições. Ou se tem fatos, ou se tem cadáveres. O meio-termo me dá vontade de enfiar a cabeça de alguém em concreto fresco e esperar secar. Mas ali estava eu, com o telefone colado ao ouvido, ouvindo o som abafado da respiração de Dario, me lembrando que nada do que viesse me agradaria. Por tanto, deixaria o sub-chefe da máfia louco, porra.
Péssimo para qualquer desgraçado a um raio de mil quilômetros.
Enquanto eu escutava, meu olhar fixava o nada, mas a mente rodava mil cenários ao mesmo tempo. No fundo, sabia que aquela ligação não mudaria nada. Só confirmaria que a situação estava longe de ser simples, e que eu teria que lidar com mais uma série de dores de cabeça; e de sangue.
— Fala — minha voz saiu baixa, permissiva, e igualmente ameaçadora.
— Don... conseguimos um rastro fraco. Em Oslo — a voz dele estava tensa, e não pelo frio escandinavo que só eu poderia imaginar. — Ela foi vista numa estação de trem.
Fechei os olhos por u