Dominic Lexington Balancei a cabeça ao confirmar toda a merda. Doía na minha alma saber que eu a deixei nas mãos de um crápula. Era uma tortura pensar que eu estava saindo com mulheres espetaculares que se entregavam inteiramente a mim, mas que nunca me fizeram sentir metade do que a minha garota foi capaz de fazer apenas ao me tocar, apenas quando eu olhava no fundo dos olhos dela, porra.Sempre foi amor? Porque eu a amava, certo? Somente amor poderia doer dessa forma. Somente amor me deixaria tão doentio a ponto de pensar que mataria qualquer filho da puta sobre essa terra, e tudo por ciúme dela. Porra! – Cesare se levantou. – Eu odeio traição. Eu vou arrancar a cabeça do desgraçado assim que o encontrar.Olhei para o Cavalieri, e ele tinha as pontas das orelhas vermelhas, como se também tivesse cometido um erro grave. Um que eu sabia nomear quem era perfeitamente, e que estava prestes a se casar. Mas eu nunca trairia nenhum dos dois, então toda a situação estava me deixando ainda
Dominic Lexington 2 anos antes, no dia do casamento...Usava um terno branco num dia ensolarado, embora estivesse dentro de uma grande catedral católica. Eu não era o tipo de homem que sorria com frequência. Na verdade, controlar qualquer emoção fazia parte de mim de maneira tão enraizada que mal podia me lembrar quando fora a última vez em que mostrara os dentes em público.Olhei para a decoração da igreja. As flores-do-campo, por que sabia que Melanie as adoraria tanto quando as do sítio de sua avó. As paredes adornadas em ouro que contrastava com a pureza de todo o resto. Tudo milimetricamente planejado por mim, de maneira que nunca pensei que faria.Eu nunca na vida imaginei que seria um homem que sonhava em se casar, ou que daria graças a deus por ter tido um casamento arranjado, mas era o que acontecia naquele momento. Eu sempre recebia fotos da minha noiva, embora ela não fizesse a menor ideia de que eu as tinha em meu celular. E pensando nisso, desbloqueei a tela e encarei o s
Baby Ortiz.Dois dias sem vê-lo... Claro que eu estava feliz com a minha vida, mas me sentia sozinha. Deitada na cama que parecia pertencer a mim, abri os olhos afoita ao escutar sons do lado de fora. Ansiosa, sai da cama sem me importar com o que estava vestindo, ou com quem seria capaz de me ver. Meus passos rápidos levaram-me direto ao corredor, onde bloqueei qualquer pensamento racional.— O que está acontecendo... Aqui... – Parei de repente quando o vi ali, com seu sorriso enorme.Toda a suntuosidade, as roupas impecavelmente alinhadas em seu corpo musculoso, e a forma como ele me olhava com intensidade disseram-me que eu deveria correr até ele e abraçá-lo como se a minha vida dependesse disso. Pensando assim, acelerei os passos novamente. Era quase uma corrida, mas estranhamente, Dominic permaneceu em seu lugar. O corpo dele estava tenso, e somente quando cheguei perto, notei que a minha avó estava logo atrás, saindo de seu esconderijo em forma de músculos em um homem absurdamen
Baby Ortiz.Dom permaneceu ao meu lado o dia inteiro quando chegou. Ele parecia mais calmo, e mais protetor, como se desejasse me fazer esquecer das minhas últimas aflições. Se ele ao menos soubesse que aquilo que passara da última vez não chegava perto de todos os horrores, tinha certeza de que ficaria louco, e eu certamente não saberia lidar com isso.Sentia-me tão intensamente apaixonada enquanto o encarava. Eu estava dentro da piscina, enquanto ele continuava sentado em baixo de um sombreiro. Os olhos fixados no computador, realizando algum tipo de trabalho meticuloso do qual eu não deveria estar a parte.Sabendo disso, mergulhei mais um pouco, sentido a confusão do meu cabelo longo ao flutuar pela água. Ao me erguer, percebi todos os soldados de costas para nós. Era estranho pensar que para que eu ficasse de biquíni, Dom havia ordenado que ninguém mais pudesse me ver. — Hei? – Gritei, atraindo a atenção dele. – Por que você não vem?Mantinha-me flutuando em um nado meio desengo
Baby Ortiz.Depois que a minha avó foi embora, me vi a visitando algumas vezes por semana. Claro que Ava estava sempre ao meu lado. Mais precisamente agarrada ao meu braço. Não sabia o que se passava na cabeça dela, mas tinha a ligeira desconfiança de que pensava que o lugar todo era um manicômio.Quer dizer, posso entender o pensamento. Havia alguns gritos. Mas eles eram bem tratados aqui. O lugar mais parecia uma mansão cheia de quartos, que uma casa de repouso. Claro que não havia escadas. Os cuidadores disseram-me que a Sant Mary não poderia ter nada que ocasionasse ossos quebrados em seus internados.— Por favor, vamos embora. Até os pelinhos da minha bunda estão arrepiados. Esse lugar é sinistro. — Ela se agarrou ainda mais ao meu braço.Olhei para a minha amiga encolhida, a um passo levemente atrás do meu. Os olhos dela eram como os daqueles gatos assustados dos desenhos animados. – Não seja medrosa! – Ralhei. – Ninguém vai fazer mal a você. Na verdade, ninguém aqui faria mal a
Dominic Lexington — Você está bem? – Andei em direção a ela. Porra, Baby era a minha mulher, então sabia que havia algo de errado, por que sabia até onde poderia ir, e ela aguentava a pressão. Aguentava qualquer coisa, por que era corajosa demais para se render.Ela fungou. Os olhos profundos de quem havia chorado. Segurei a mão dela e a tirei daquele lugar sujo. Ava cuidava para que alguém viesse limpar a bagunça antes que um velho de ossos frágeis acabasse escorrendo ali, e uma tragédia acontecesse.Ela me agarrou pela cintura, em um abraço de desespero, assim que chegamos ao lado de fora. Se por um lado, me sentia feliz pela reação, por outro sentia que a tensão finalmente começava a me atingir, porque ser fotografado com ela em público geraria coisas das quais eu não queria lidar agora. Não novamente. Ainda assim, envolvi meus braços ao redor dela, levando-a direto para o carro. Minha mente estava a mil e um pensamentos conflituosos.— Há quanto tempo isso está acontecendo? Há qu
Dominic Lexington Deixei a minha garota em casa, e depois de um dia tentando acalmá-la de que o melhor seria deixar sua avó sozinha naquele asilo, com a promessa de que seria melhor cuidada, Baby finalmente havia parado de insistir que eu a deixasse morar na mesma casa que nós. Seria um inferno controlar a língua satânica daquela velha nos momentos de lucidez, e a safadeza quando decidia que eu era atraente o bastante para ser agarrado. Esperando a poeira baixar, aguardei ansioso pela ligação da clínica. Eu só precisava da palavra de um dos médicos atestando que a mente dela não fugiria num determinado momento do dia, e isso, para ainda contar com a sorte de chegar a tempo para a nossa conversa, sem que ela se perca em pensamentos aleatórios, ou em fantasias que, aparentemente criou comigo.Beijei a minha mulher que estava satisfatoriamente sentada no meu colo enquanto assistíamos algo na televisão, e que, definitivamente, não estava prestando atenção, quando o celular finalmente
Baby Ortiz. Quase tive um infarto quando ouvi passos entrando na sala da lareira. O calor estava me deixando bastante confortável, a medida em que o sono começava a me atingir. Verdade era que, não queria dormir sem ele. Acho que nem poderia.Bom, agora eu estava sentada no sofá, com as mãos no peito e me esforçando para respirar. Estava difícil. Todo o ar parecia ter sido completamente drenado de mim.— O que aconteceu com você? – Ava invadiu a sala.Ela já não usava o uniforme que Dominic costumava insistir para que todos os funcionários vestissem. Sua roupa indicava que ela estava prestes a sair para algum lugar. Mesmo assim, o susto de quase desmaiar estava me afetando mais que o fato dela sair a essa hora da noite.— Eu... Eu não sei... Quase engasguei.— Como assim, “quase engasgou”? – Ela imitou meus gestos de dedos. — Não sei. Estava deitada, e a pipoca voltou. Achei que fosse morrer de totalmente patético. O rosto da minha amiga tornou-se sombrio. – Ah... – Ela olhou para