Baby Ortiz
Um mês havia se passado. Eu nem podia acreditar que consegui sobreviver tanto tempo com a dor latente pulsando no meu peito, mas estava aqui, não apenas viva, mas carregando uma pessoa dentro de mim.
Sentei numa cadeira para descansar meus pés por um segundo. Só um minutinho... Eu estava exausta, com fome e com sono, mas ainda aguentava firme todos os dias da mesma forma. Toda vez que sentia estar fraquejando, pensava na minha avó. Eu queria ser como ela. Queria ter a força dela.
Então, quando o homem mal-encarado passou do meu lado olhando feio para mim, fui obrigada a levantar. Mesmo que ele não tenha gritado dessa vez, suas reclamações silenciosas eram quase sempre tão eficazes quanto seus xingamentos, ou as ameaças de uma possível demissão.
Eu preciso desse emprego...
Concentre-se, Baby. Não mande esse idiota ir tomar naquele lugar escuro.
Fechei meus olhos, absorvendo o enjoo, respirando fundo, e expulsando o ar em seguida. Toquei na minha barriga que começava a fina