Vitória,
Paramos de frente a um hotel. Meu coração dispara, pois, independente do horário, sempre tem pessoas andando dentro deles. A fachada é toda revestida em vidro fumê, muito elegante. Ele abre a porta do lado dele e desce, dá a volta no carro e abre a porta do meu lado. Tira a ponta da coleira do gancho e me puxa para fora. Por sorte, estou com o pano na cabeça, assim, ninguém poderá ver quem eu sou.
– Fique de cabeça baixa. Não quero que olhe e nem fale com ninguém a não ser que eu mande. Entendeu? – Assinto e já deixo a minha cabeça abaixada.
Ele passa pelas portas giratórias, e eu passo na de trás, me mantendo próxima ao vidro para que a coleira não me sufoque. Assim que entramos, o cheiro de incenso, perfume e couro invade o lugar. Fico de cabeça baixa, mas olhando tudo ao redor.
O saguão é um pouco escuro, só com algumas luzes vermelhas no canto e algumas mais fracas no meio do teto. No meio do saguão, tem uma estátua de uma mulher pelada de ferro, ajoelhada, acorrentada co