O leve sorriso que ainda pairava nos lábios de Orson se desvaneceu lentamente.
Ele voltou a encarar Zara, que o olhava de volta com uma expressão nada amigável. A impaciência e o desprezo estampados nos olhos dela eram inconfundíveis. Sim, aquele olhar era, sem dúvida, o dela.
Zara tinha cortado o cabelo. Ela estava ali, naquele quarto, com Emory. Esses dois fatos eram como lâminas afiadas cravando-se impiedosamente no coração de Orson.
Sua mão se fechou involuntariamente em um punho, e ele mordeu os lábios com tanta força que sentiu o gosto de sangue. Mesmo assim, ele se recusava a desistir.
— E você? O que está fazendo aqui? — Perguntou ele, com a voz baixa, mas carregada de tensão.
Depois de falar, Orson deu alguns passos na direção dela.
A resposta estava clara como a luz do dia. Um homem e uma mulher sozinhos, no meio da noite, em um quarto de hotel. O que mais poderiam estar fazendo? Certamente não estavam ali apenas para bater um papo. Zara tinha acabado de tomar ban