Foi nesse momento que Orson pareceu finalmente entender por que Zara, em vez de demonstrar raiva, havia se desculpado com ele mais cedo.
— Você está com medo de que eu não faça a cirurgia? — Perguntou ele, com o olhar fixo nela.
Zara não respondeu, mas o silêncio dela foi suficiente para confirmar tudo.
O rosto de Orson ficou ainda mais sombrio. Ele pressionou os lábios com tanta força que parecia prestes a partir os próprios dentes.
Na visão dela, o que ele era, afinal? Um homem tão frio e insensível que seria capaz de negar ajuda à própria filha? Será que, aos olhos dela, ele era alguém tão cruel que precisava ser agradado e manipulado para cumprir seu papel como pai?
Orson a encarou por alguns segundos, mas, de repente, relaxou os ombros e soltou um suspiro contido. Ele não disse mais nada. Apenas virou-se e continuou andando.
Dessa vez, seus passos eram lentos, quase arrastados, como se cada movimento exigisse um esforço imenso.
Ele queria que Zara o chamasse, que dis