O som estridente de um freio ecoou pelo pátio da mansão. O mordomo saiu imediatamente para ver o que estava acontecendo. Ao reconhecer quem descia do carro, sua expressão mudou levemente.
— Sr. Orson, o senhor aqui a essa hora...
Ele não conseguiu terminar a frase porque Orson já havia passado direto por ele, sem sequer olhar.
A expressão sombria e carregada de Orson fez o mordomo se assustar. Ele tentou dar um passo à frente para impedi-lo, mas antes que pudesse fazer algo, a voz de Orson soou fria e cortante:
— Saia da minha frente!
Orson sempre se apresentava como alguém calmo e controlado diante dos outros. O mordomo jamais o tinha visto perder o equilíbrio daquela maneira.
Quando Marta desceu as escadas, atraída pelo barulho, sua expressão continuava serena, quase indiferente.
— Você veio… — Disse ela, com um tom casual.
Orson, parado no pé da escada, a encarou.
— Então, você já sabia que eu viria.
Naquele momento, ele nem se deu ao trabalho de chamá-la de mãe.