Naquele dia, Zara não sabia como havia suportado tudo o que aconteceu.
As pessoas que Orson disse que cuidariam dela chegaram, mas nenhuma trouxe a chave das algemas.
Uma extremidade das algemas estava presa ao seu pulso, enquanto a outra estava fixada na cabeceira da cama. Por isso, Zara passou o dia inteiro na cama, sem poder sair.
Ela se sentia como um animal confinado, preso naquele espaço. Seus pensamentos, seus desejos... Nada disso importava. Afinal, ela era apenas um instrumento, uma ferramenta...
— Senhora, a senhora quer comer um pouco? — A voz de uma das empregadas soou, baixa e hesitante, como se tivesse medo de incomodá-la.
Zara não respondeu. Nem sequer levantou a cabeça para olhar.
A empregada trocou um olhar com a colega, mas, sem outra opção, saiu do quarto em silêncio.
Zara continuou deitada, imóvel. Não sabia quanto tempo havia passado até ouvir o som de um motor familiar vindo do lado de fora.
Era um som que ela já tinha ouvido incontáveis vezes ante