Quando Zara percebeu, os lábios de Orson já estavam sobre os dela.
Eles já haviam compartilhado muitos momentos íntimos antes, conheciam os corpos um do outro mais do que os seus próprios.
Mas, até aquele momento, nunca haviam trocado um beijo que parecia pertencer apenas aos amantes, um beijo que não tinha nada a ver com desejo.
Os movimentos de Orson eram suaves. Seus lábios tocaram a língua dela com gentileza, lambendo-a devagar, como se ele estivesse lidando com uma joia rara e frágil. Era uma delicadeza quase reverente.
Zara sentiu sua cabeça ficar leve, e suas mãos, sem que percebesse, haviam se agarrado à gola da camisa dele.
Foi quando o celular dela tocou.
O som nítido parecia uma mão invisível que a puxava para fora daquele devaneio que a envolvia.
O corpo de Orson estremeceu levemente com o som, mas Zara reagiu mais rápido. Ela o empurrou de uma vez, retirando também o pé que ele ainda segurava com firmeza.
— Alô. — Zara atendeu, a voz levemente rouca, mas já