Vestida com Correntes
O sedã escuro de Alexander ronronou ao parar na entrada do prédio. Nesse instante, Sara saiu do saguão, seus jeans rasgados e a blusa desbotada não combinavam com as portas de vidro brilhantes atrás dela. Encostado no veículo, ele estava ali, impecável em seu terno sob medida, os óculos escuros refletindo a luz do sol. Sem dizer uma palavra, abriu a porta traseira, sinalizando para que ela entrasse. Ela deslizou para o banco de trás, o couro rangendo sob seu peso, o ar denso com o cheiro de vinil novo. Ao lado dela, ele entrou silenciosamente, a porta fechando com um clique suave. Lá fora, os postes de luz riscavam o vidro escuro enquanto o veículo avançava. Alexander continuava olhando para a tela, o polegar deslizando rapidamente, sem olhar para trás, sem pausa. “Fazendo compras”, disse ele, sem ânimo. Suas mãos estavam entrelaçadas, inquietas, o olhar fixo nos telhados que se moviam lateralmente, a respiração curta e ofegante.
O veículo parou perto de uma peq