O Menino Atrás do Vidro
Sara entrou sorrateiramente às 3h17 da manhã, encharcada, com a etiqueta do hospital ainda marcando sua pele. A escuridão preenchia os cômodos, nenhum sinal de Alexander, nenhum guarda por perto, nem mesmo as luzes brilhantes das câmeras.
Ela arrancou os sapatos molhados, deixando pegadas úmidas no chão, e foi até a gaveta da cozinha. Era lá que ela havia guardado a chave reserva dias antes. Mas ela não estava lá. Alguém havia trocado a fechadura.
Ela parou. Depois de um instante, seus lábios se curvaram, levemente, o suficiente, e ela seguiu em frente, se metendo em mais encrenca.
Ela já conhecia bem cada lugar. Dentro da despensa abandonada, ela moveu caixas cobertas de poeira, champanhe de anos atrás, e descobriu uma porta estreita escondida atrás delas. A chave? Roubada há muito tempo, estava rígida na fechadura.
A trava se abriu com um estalo. Um corredor apareceu, fracamente iluminado por uma lâmpada piscante. Descalça, com o pulso acelerado, ela avançou