Gaiola Dourada
Sara segurava uma pequena bolsa, os dedos brancos de tanto apertar a alça. Desceu do ônibus enquanto os postes de luz começavam a acender no brilho do entardecer.
A chave que Alexander lhe dera estava fria contra sua palma. Apressando-se, atravessou três quarteirões, os pés raspando no asfalto, até que um prédio elegante surgiu à vista, suas portas de vidro reluzindo.
Um porteiro inclinou a cabeça, mantendo a entrada escancarada. Uma vez lá dentro, pisou no mármore liso do saguão – a luz refletindo no lustre por todo o chão. O elevador zumbia suavemente, subindo em direção ao décimo segundo andar.
Girou a chave na fechadura do apartamento 1204; um leve clique soou quando a porta se abriu. O cômodo se estendeu assim que ela entrou – paredes claras combinadas com um sofá cinza-claro, janelas altas exibindo as luzes cintilantes da cidade lá fora.
Ela deixou a bolsa cair. O som quebrou o silêncio. Sua respiração falhou, mal conseguindo se completar.
Sara entrou na cozinha