Cillian
Caminhei até a recepção e pedi por uma chave. Ao sair, Cristina estava escorada ao carro, esperando por mim. Acompanhados de um clima tenso, subimos a escada para o piso de cima. Parei diante do quarto e destranquei a porta, dando passagem para ela.
Cristina andou até mais adiante, retirou o sobretudo e colocou-o sobre o encosto da cadeira ao canto. Liguei o aquecedor e me aproximei, porém, mantendo um metro de distância entre nós. Ela se virou para mim e me olhou nos olhos. O silêncio começava a se tornar insuportável.
— Precisa dizer alguma coisa — eu disse.
Ela deu um passo na minha direção e parou.
— Não ter me contato isso antes foi de um tremendo egoísmo. — falou, e outro passo foi dado. — Estou brava. E quero gritar com você, mas não tenho energia para isso.
— Sinto muito.
— Por isso não queria que eu conhecesse a sua família? Tinha medo de que eu descobrisse.
— Muito medo. Todas as vezes que contei para uma mulher com quem estava me envolvendo a reação foi… pés