Cristina
Cillian ficou parado no meio do quarto, segurando o celular, encarando a janela.
— Percebeu como a voz dela estava trêmula?
— Bom... nós duas nunca conversamos, mas, sim. Parecia trêmula.
Levantei-me da cama e fui até ele, abraçando-o por trás. Beijei as suas costas tensas e apertei mais os meus braços ao seu redor.
— Você quer um café?
— Vai colocar uísque dentro dele?
— Acho que não devia beber agora.
Ele assentiu.
— Estou muito mais nervoso e angustiado do que quando estive aqui para o casamento dela. Eu não sei explicar o que estou sentindo. É um sentimento mais denso, pesado. É como se... — A sua voz morreu na garganta.
— Como se... o quê? — encorajei-o a falar.
— Como se eu estivesse sentindo que algo muito ruim fosse acontecer.
Caminhei para frente dele e coloquei a minha mão sobre o seu coração. Ele batia muito rápido, pulsando forte. Olhei nos olhos de Cillian e percebi a tristeza neles.
— Nada de muito ruim vai acontecer.
— Acho que o que estou sentindo é medo.
Abra