Fogo que Alimenta o Propósito
Lívia
O Raízes estava florescendo. Naquela sexta-feira, encerramos a primeira semana do ciclo inicial com emoção à flor da pele. Sessenta jovens em sala, olhares acesos, perguntas afiadas e aquela sensação de que o mundo podia ser outro se a gente mostrasse o caminho.
Saí com Cecília quase sem voz, mas com o coração em chamas. Uma das alunas me abraçou e disse, com os olhos marejados:
— Eu nunca imaginei que pudesse entender de banco, de investimentos… mas a senhora me fez acreditar que esse lugar também pode ser meu.
Foi difícil segurar as lágrimas.
Cheguei em casa já tarde. As luzes estavam baixas, as crianças dormindo, e o silêncio carregava o perfume de um lar em paz. Subi as escadas com os sapatos na mão, e quando empurrei a porta do quarto, ele estava lá.
A luz âmbar do abajur desenhava seu corpo. Calça de linho escura, camisa branca com os botões abertos. A pele morena em contraste com o linho claro. Taça de vinho na mão. Olhar fixo em mim.