Primeiros dias do resto da vida
Cecília
Voltar para casa com Luiza nos braços foi como atravessar um portal invisível. Tudo ali era familiar, mas ao mesmo tempo, completamente novo. A poltrona da sala agora era o meu ninho de amamentação. A cozinha cheirava a camomila e biscoitos de polvilho, enquanto o quartinho que montamos com tanto amor finalmente abrigava seu propósito: nosso amor materializado em forma de gente.
E agora, morando em frente a Lívia e Heitor, tudo parecia ainda mais leve. Como se soubéssemos, no fundo, que nunca estaríamos sozinhos. A varanda da frente virou ponto de encontro, café, conselhos e cochichos entre trocas de fraldas.
Felipe nos trouxe do hospital com a delicadeza de quem carrega o mundo. Ajeitou a cadeirinha no banco de trás, colocou a playlist que usamos durante toda a gravidez, e dirigiu em silêncio, apenas com a mão estendida para tocar a minha.
Felipe
Ao atravessar o portão de casa, senti meu coração bater como da primeira vez em que vi Cecíli