O Jogo Virou
(ele não respondeu mais nenhuma mensagem durante o dia. Nem um emoji, nem um comentário sutil, nem mesmo aqueles três pontinhos de digitação que criam expectativa)
(Lívia percebe. Mas não insiste)
(ela segura o celular por alguns segundos, pensa em escrever algo... mas apaga. Prefere não correr atrás. Não dessa vez)
(o silêncio dele a irrita. Mas também a protege. E por isso ela resolve recuar)
—
(quando está prestes a sair do banco no final da tarde, a recepcionista surge com um sorriso curioso)
— Dra. Lívia, entregaram pra senhora agora há pouco.
— Pra mim?
(um buquê imenso de lírios brancos, perfumados, envoltos por papel prateado e um laço discreto)
(pega o cartão preso entre as flores. Reconhece a letra no mesmo instante)
Cartão – escrito por Heitor:
"A noite foi mais do que incrível.
O silêncio não é desinteresse — é medo.
Medo do que você despertou.
Não é todo dia que um CEO perde o controle.
Mas quando perde… é porque alguém tocou a alma."
(ela so