Regras do Jogo
(a dança dos dois termina com os corpos ainda colados. A música muda, mas a tensão entre eles continua, densa como o perfume das velas acesas pelo salão)
— Se eu te beijar agora, vai me impedir?
— Vai depender da sua obediência...
— Obediência?
— Sim. Pra continuar comigo, terá que aceitar algumas regras, senhor cigano.
— Fala. Estou ouvindo.
— Regra número um: nada de sumiços. Desaparecer não é mais uma opção.
— Isso é chantagem?
— Isso é o mínimo.
— Certo. Próxima.
— Regra número dois: você vai deixar de achar que sentimentos são fraquezas. E vai parar de fugir quando estiver gostando.
— E se eu quiser fugir mesmo assim?
— Eu deixo. Mas não volto mais.
(ele fecha os olhos por um segundo, como se processasse o impacto daquilo. Quando abre, o olhar é intenso, firme)
— Tem mais?
— Regra número três... — ela diz, com um sorriso travesso. — Você vai buscar duas taças de espumante pra gente brindar. E vai me deixar respirar um pouco.
— Você tá brincando com