A chuva fina caía sobre a cidade, tingindo os vidros do 15º andar com pequenos rios cintilantes. A maioria dos funcionários já havia deixado o prédio da Constellation Global, mas Isabela Duarte permanecia ali, sentada sozinha em uma das salas de reunião menores, iluminada apenas pela luz suave da luminária de mesa. À sua frente, folhas espalhadas, canetas de várias cores, post-its e um notebook aberto exibiam rascunhos inacabados.

Ela respirou fundo, afastando a xícara de café frio e focando no papel em branco. Estava ali por um motivo: após a reunião sobre a nova campanha interna, Rafael confiara a ela a criação de um protótipo visual da iniciativa. A proposta era desenvolver uma identidade gráfica que unisse leveza, humanidade e pertencimento — e que fosse capaz de dialogar com todos os setores da empresa.

No início da tarde, ele havia dito com um sorriso:

— Confio em sua sensibilidade para traduzir em imagens o que as palavras não alcançam. Esse projeto precisa ser mais do que u