O sol mal havia tocado o horizonte quando Pedro despertou. O peso das conversas da noite anterior com Sofia e Isabela ainda pairava sobre ele como uma névoa densa. Sentia-se dividido, esmagado por expectativas e arrependimentos. Sem fazer barulho, vestiu sua roupa de corrida e saiu antes que Isabela acordasse. Precisava de ar. Precisava fugir de si mesmo.

A corrida pelas ruas arborizadas do bairro não trouxe alívio. Cada passo parecia ecoar as palavras que não disse, os gestos que não teve coragem de fazer. Ao terminar, seguiu direto para a empresa, tentando se esconder atrás de relatórios e reuniões.

Enquanto isso, Isabela despertava lentamente. O quarto estava vazio. Pedro havia partido sem deixar bilhete, sem sequer um vestígio de sua presença. Ela se sentou na cama, os olhos fixos na porta entreaberta. A decepção era nítida em seu rosto, mas não havia lágrimas. Apenas um silêncio amargo.

Vestiu-se com elegância, como sempre fazia, e seguiu para o Grupo Santos. Ao entrar no saguã