Senti um espasmo forte no baixo ventre, diferente de qualquer contração anterior. E então, o splash. O líquido quente escorreu pelas minhas pernas e encharcou o chão do fórum.
Toda a fúria e a dor evaporaram, substituídas por uma urgência primal. Aquele não era mais o tribunal de Lucas ou Luiza; era o tribunal da Maya.
— Lucas... — Minha voz saiu num sussurro gutural. Eu o chamei porque, por mais que ele fosse um idiota, ele era o pai dela.
Ele estava tão consumido pela raiva que demorou a notar o silêncio repentino e a poça ao meu redor. Ele olhou para mim, confuso.
— Lucas... Eu acho que a Maya não quis esperar a sua decisão — eu disse, sentindo a ponta do medo.
O juiz, os advogados, até a Luiza, que estava no chão encenando, congelaram. O burburinho de escândalo foi substituído pelo silêncio atordoado.
Lucas finalmente entendeu. Ele viu a água, viu o pânico em meu rosto e o terror puro no rosto da Emma.
Ele correu. Eu não sei se foi o instinto paternal ou a culpa que o impulsionou,