O cheiro de antisséptico do hospital sufocava, mas era o grito histérico de Luiza que perfurava meus ouvidos. A cena da casa de Lara tinha se repetido no quarto de emergência, com Luiza encenando o pânico, amparada por mim. Os médicos cuidaram do ferimento superficial no braço dela, mas a ferida aberta era a desconfiança que eu tentava sufocar.
— Você viu o que ela fez, Lucas! Ela é louca! Eu vou processá-la! Vou arruinar a vida dela por essa agressão! — Luiza vociferava, os olhos injetados.
Eu apertei a ponte do meu nariz. O ódio por Lara
estava quente, mas a ideia de mais um processo, um escândalo midiático sobre agressão de uma grávida, me gelou.
— Não! Você não vai processar ninguém! — Minha voz saiu dura, firme.
Luiza me olhou, incrédula.
— O quê? Ela me atacou! Ela tentou me fazer perder o bebê!
— Ela não fez nada — eu disse, ignorando o meu próprio medo da verdade. — Foi um acidente. Você estava nervosa. E se você entrar com esse processo, a mídia vai cobrir a briga entre minh