A noite se alongou como um segredo bem guardado. Entre beijos, sussurros e toques que pareciam gravar nossas intenções na pele do outro, Dante e eu nos entregamos novamente, como se o tempo tivesse decidido parar só para nos observar. O jazz, já esquecido ao fundo, tornou-se apenas um eco distante de algo que não importava mais.
Quando adormeci, foi com o corpo exausto, mas a mente inquieta. Era perigoso o quanto ele conseguia atravessar barreiras que eu mesma havia construído com tanto esforço.
Acordei com o cheiro irresistível de café fresco. Meu primeiro instinto foi franzir a testa, confusa. Eu nunca tinha acordado com alguém mexendo na minha cozinha. Vesti o robe, ajeitei o cabelo e segui o aroma.
Ao entrar na sala, parei. A mesa estava posta com um cuidado quase cerimonial: croissants dourados, frutas frescas, geleias artesanais e o café fumegante na minha caneca favorita. Até os guardanapos estavam dobrados do jeito que eu costumava fazer.
Dante, de mangas arregaçadas e sorriso