Capítulo 141
Quando o bebê que dorme já não é o mesmo.
O céu da Coreia do Norte estava cinzento quando o carro preto parou diante do orfanato desativado nos arredores de Pyongyang. O local, fechado há meses, abrigava um acordo silencioso entre tráfico de influência e adoções ilegais. Fahd conhecia cada ponto cego, cada homem comprado, cada guarda que virava o rosto em troca de ouro.
O motorista desceu com pressa, segurando nos braços um bebê adormecido — pele clara, traços suaves. A mulher ao lado, jovem e assustada, tentava sorrir com dignidade enquanto segurava a mão do filho.
— Ele tem cinco meses. Come pouco, mas dorme bem. — disse ela, com voz baixa.
Fahd fez um leve sinal com a cabeça.
— Seu filho será cuidado. Essa adoção é confidencial. O novo lar dele... não saberá de onde veio.
A mulher apenas assentiu. Chorou em silêncio. O dinheiro que recebera era mais do que veria em anos de trabalho. Deu um último beijo na testa do menino e virou de costas.
Fahd olhou para o bebê e murm