Capítulo 158
Quando a felicidade dança sobre as cicatrizes
O salão iluminado girava devagar.
Naia em seus braços, os olhos brilhando sob o véu de luzes douradas.
Cassian conduzia com firmeza e ternura, como se a dança fosse uma extensão da vida que agora, enfim, pertenciam um ao outro.
A orquestra tocava uma melodia suave, e os dois se moviam em perfeita harmonia. Os olhares se encontravam. Os corpos se reconheciam. O silêncio entre uma nota e outra carregava anos de história.
— Sabe, vida... — ele murmurou, colando os lábios perto do ouvido dela — eu estava refletindo.
— Sobre?
— Tudo o que passamos até chegar aqui. A sua volta pra França... nosso reencontro na Horizon...
Naia sorriu, mas sem o riso chegar aos olhos.
— Esses dias aí... eu quero esquecer.
Cassian soltou um riso baixo, um tanto culpado.
— É, eu fui um escroto com você. Por não ter você. E por te ver novamente... com outro.
Ela apertou a mão dele entre os dedos.
— Hoje eu entendo tudo que você passou. Nós nos separamos