Capítulo 143
Quando salvar vira sequestro.
A coletiva havia terminado. As câmeras se apagaram. Os aplausos se dissiparam como poeira após uma explosão contida. O mundo estava comovido. E Rafael sorria — por dentro. Sentia-se vitorioso. O plano estava em curso.
Naia desceu os degraus do Château com o bebê de empréstimo nos braços, o coração ainda acelerado pela encenação. Rafael a conduzia com uma mão firme nas costas, os seguranças formando um corredor humano em torno deles.
Ao lado do carro, uma mulher os aguardava. Simples, magra, os olhos marejados. Era Marie-Laure. Ao vê-la, Naia estancou, reconhecendo nos olhos dela algo que doía mais do que gratidão: culpa. Culpa e entrega.
Rafael se aproximou.
— Aqui está seu filho. — disse, com a voz controlada.
Marie-Laure abriu os braços. Naia hesitou por um segundo. Olhou para o bebê. Um aperto invadiu o peito. Ela o beijou com ternura, encostou a testa na dele e sussurrou:
— Obrigada por me emprestar o que eu mais precisava... Obrigada po