Capítulo 151
Quando a criação vira sentença
[Interior – Sala de Comando Subterrânea, Coreia do Norte]
As luzes da sala tremeluziam suavemente no teto metálico. No centro, uma única tela gigantesca exibia o que para muitos era apenas um mapa tático. Para o Dr. Song, aquilo era o útero do novo mundo.
Um ponto piscava. O helicóptero se aproximava.
Ao lado, ampliada em alta resolução, a foto de Naia Beaumont. Rosto sereno. Olhos que ainda não sabiam do que seriam feitos. A legenda abaixo era manual:
Eva.
Song sorriu. Um riso baixo, doentio, que foi crescendo como febre.
— Vem, minha Eva... — sussurrou, erguendo os braços como se abençoasse o mundo. — Sou seu Deus.
Ele se aproximou da tela, os olhos brilhando com fanatismo.
— Muito em breve, você será a mãe de todos os viventes. E o seu bebê... ah, seu bebê... — levou a mão ao peito, emocionado. — Quando eu puser as mãos nele, será a costela de Adão... e você vai me dar um mundo melhor, puro, limpo dessa podridão que chamam de humanidade