O dia seguinte ao retorno de Dante amanheceu com uma névoa espessa cobrindo os jardins da mansão Montanari. O clima parecia refletir a atmosfera interna da casa: pesada, carregada de memórias, mas ao mesmo tempo prestes a se dissipar. A presença de Dante mudara tudo. Não apenas em termos práticos, mas espirituais. Havia um fio invisível reconectando as raízes quebradas e o vínculo de todos naquela casa.
Enzo e Dante estavam mais próximos do que nunca. Ainda havia silêncios entre eles, mas já não eram silêncios de guerra, eram silêncios de reconstrução. De palavras que não precisavam mais ser ditas. Pela manhã, os encontrei na varanda leste, observando o campo de treinamento lá embaixo. As folhas molhadas do jardim brilhavam sob o orvalho, como se a natureza celebrasse aquela trégua. – Ele está mais calmo. – disse Enzo, tomando um gole de café.– Porque encontrou o centro. – completou Dante.– E você também irmão. – disse Dante ao irmã