O amanhecer seguinte parecia limpo, como se a própria atmosfera ao redor da mansão Montanari tivesse sido lavada durante a noite. Mas dentro de mim, um redemoinho de sensações permanecia girando, e cada toque de luz pelas frestas da cortina só fazia aumentar essa inquietação.
Me vesti devagar. A lembrança da noite anterior com Enzo ainda queimava sob minha pele. Seu toque, suas palavras, sua entrega. Havia algo de definitivo naquele encontro. Mas o que me abalava era a forma como aquilo me preencheu. Não apenas no corpo, mas no coração, no lugar onde antes havia apenas sobrevivência. Agora, havia vida.Elena me encontrou no corredor, já com seu semblante habitual rigido, mas sempre com aquele brilho silencioso de quem vê mais do que diz.– Venha Anna. Vittorio quer falar com você. – disse, mas sem urgência.Caminhamos juntas até o escritório principal. No caminho, ela me falou sobre os arquivos da noite anterior, as gravações da câmera, os reforço