O silêncio nunca foi tão ensurdecedor quanto naquele instante em que vi a porta da frente ser arrombada. Meus olhos correram pela sala em busca de Vitória. Enzo e Dante estavam a postos, como sempre, como sombras protetoras prontas para o que viesse. A primeira ameaça concreta havia finalmente se concretizado. Os Rossi haviam deixado de apenas sussurrar suas intenções. Agora, gritavam guerra com atitudes.

Mas antes dessa guerra, houve meses de paz, uma paz frágil, tecidos com o cuidado de quem sabe que o fio pode se romper a qualquer momento.

Vi minha filha dar seus primeiros passos entre o calor do nosso lar e os olhos atentos de dois homens que, embora irmãos, partilhavam mais do que sangue, partilhavam amor. Um amor que transbordava por aquela pequena de olhos atentos e alma curiosa.

Vitória já começava a balbuciar suas primeiras palavras. "Mamãe" veio primeiro, seguido por um "papai" tímido que derreteu o coração de Enzo. Dias depois, enquanto Dante a