O elevador descia devagar, cada andar passando como um lembrete incômodo de tudo o que Charlotte tentava deixar para trás.
O telefonema do pai não foi longo, mas bastou ouvir o tom autoritário, seco, controlado — o mesmo de sempre — para algo se remexer dentro dela.
> “Você não pode vacilar agora, Charlotte. Não com a Reed Corp pressionando o conselho.”
A frase veio com força. Mas não foi isso que doeu.
Foi o nome.
Reed Corp.
Como se Alexander não fosse uma pessoa. Como se fosse uma ameaça com sobrenome.
Charlotte encostou a cabeça na parede do elevador e fechou os olhos. E, como em tantas outras vezes, a lembrança voltou.
Três anos atrás.
Ela havia preparado uma proposta para o conselho: um projeto visionário de expansão internacional da Winters Holdings. Arriscado, ousado. E estava pronta para defendê-lo.
Na véspera da reunião, a proposta vazou.
Não para a imprensa. Nem para a concorrência genérica.
Para a Reed Corp.
E quem apresentou uma proposta quase idêntica em uma conferência i