O silêncio entre eles não era vazio. Era denso, pulsante, como se cada respiração dissesse o que as palavras temiam revelar.Charlotte levantou-se devagar, caminhou até a mesa onde Alexander havia deixado os documentos. Passou os dedos sobre a assinatura do pai como se pudesse, com um toque, apagar a dúvida.— Você confia nele? — ela perguntou, sem se virar.— No Leonard?— Em qualquer um.Alexander se aproximou, parando ao lado dela.— Hoje? Só em você.Ela soltou uma risada sem humor.— Péssimo dia para isso.O celular de Leonard vibrou. Ele se afastou para atender, falando baixo, em francês. Charlotte e Alexander trocaram um olhar, mas nenhuma palavra foi necessária. Aquela noite ainda traria mais do que respostas. Trazia escolhas.Charlotte voltou a sentar, mas agora pegou os papéis e começou a folhear. Os relatórios falavam de movimentações suspeitas em empresas satélites, do uso de fundos conjuntos das holdings Winters e Reed desviados por terceiros, de uma sequência de decisões
Ler mais