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CAPÍTULO 18 VOZES NA MADEIRA

Vozes na Madeira

As paredes da antiga casa de Ana Luísa pareciam ter absorvido não apenas o cheiro da madeira envelhecida, mas também as dores e segredos de gerações.

O sol da tarde atravessava as janelas manchadas de poeira, desenhando silhuetas alongadas no chão de tábuas que rangiam a cada passo.

Ela caminhava pelo corredor com um caderno de anotações em mãos, a respiração contida e o coração acelerado.

Naquela manhã, decidira vasculhar o porão, lugar que tinha muita coisa guardada. Desceu os degraus estreitos com cautela, a lanterna trêmula iluminando paredes cobertas por teias de aranha.

O cheiro de mofo era intenso, e o frio ali parecia mais antigo do que a casa em si. O porão era amplo, com prateleiras repletas de caixas, potes de vidro com etiquetas desbotadas e ferramentas enferrujadas.

No fundo, uma velha arca de ferro atraía o olhar.

Ana ajoelhou-se diante dela. Com esforço, levantou a tampa pesada. Dentro, encontrou pedaços de tecido, cartas dobradas com cuidado
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