CAPÍTULO 3

“Esse foi o começo do fim da Cosa Nostra.”

Anthony Casso

Assim que Hades adentrou na mansão D' Angelo seu tio estava com um homem desconhecido na sala de visita.

Os passos longos se tornaram curtos gradualmente até estar a dois metros de distância dos homens. Tinha visitado sua irmã caçula novamente, ele estava decidido a fazer do seu quarto um lugar apto para comportar todas as necessidades dela até melhorar, mesmo que o hospital não apresentava nenhuma ameaça ele nunca poderia saber de onde o seu inimigo estava vindo, poderia simplesmente voltar e terminar o que fez com Ártemis.

A gerência de seu pai sempre teve algumas falhas, uma delas a principal era fazer da mansão D'Angelo o complexo da famiglia. Seu pai sempre gostou de esbanjar a riqueza que a famiglia tinha conquistado.

— Sobrinho — Assim que Hermes percebeu sua presença ele se levantou junto com o homem ao seu lado.

O rosto tenso do estrangeiro não era um bom sinal, Hades só queria voltar para o seu lugar secreto e esquecer de toda essa bagunça que o seu pai tinha deixado.

— Esse é Petrova, consigliere do Don da famiglia Vasiliev — Hades olhou para a mão estendida e lentamente cumprimentou.

No torço da mão do homem mais velho estava o símbolo da Bratva, famiglia russa e inimiga da Cosa Nostra.

— Esse é o meu sobrinho — Ligeiramente Hermes foi para o lado de Hades. Os soldados nas janelas não eram do quase novo Don.

Hades olhou para o homem à sua frente. Típicas feições russas endurecidas não demonstraram nenhuma reação, porém os olhos azuis inteligentes analisaram Hades.

— A honra desse encontro é motivo de?... — O aperto firme e os olhos azuis se direcionaram ao seu tio.

— Sobrinho, creio que seu pai fez planos em segredos, que até eu mesmo não tinha conhecimento — O sorriso social se estendeu nos lábios de Hades ao ouvir aquilo. Ele não estava nem perto de estar contente com aquela situação, mas para o consigliere do Don da Bratva estar no seu território tranquilo insinua que seu pai tinha feito algum acordo com os russos para ter proteção.

A mente de Hades corria enquanto apontava com a mão para todos ir no escritório do seu falecido pai.

A mandíbula de Hades tencionou no caminho até o cômodo, porques percorria por sua cabeça. Uma peça se encaixou na sua mente assim que a mão do primogênito da famiglia D'Angelo tocou na maçaneta. Seu pai tinha convocado para que todos voltasse a Itália, seu pai, não seu tio, mesmo parecendo burro no momento só agora que ele tinha percebido que quando seu pai ordenou ele ainda estava vivo. Como pudera deixar passar esse detalhe?

— Perdoe a bagunça — Hades falou em um inglês fluente. Apesar de quase toda a casa estar limpa e tendo tudo que quebrou reconstruído, Hades deixou o escritório por último.

O sofá todo esburacado por tiros de metralhadora foi o que Hades ofereceu para que Petrova se sentasse.

Os olhos do russo foram para a mancha vermelha de sangue no sofá e ele escolheu o lado limpo, porém com mais buracos de balas. A elegância de se sentar e abrir o único botão que estava prendendo o paletó na sua barriga chamou a atenção para o pano.

— Terno italiano, eu imagino — Disse Hades se sentando na poltrona onde ao lado da sua cabeça estava com perfuro de faca.

Petrova tirou do bolso na parte de dentro do paletó um cigarro e um isqueiro.

— O melhor. Uma tragédia com o que aconteceu com o seu pai — Petrova tragou o cigarro depois de acender. — Minhas sinceras condolências.

— Obrigado.

— Porém, antes que chegasse nesse terrível fim o Don da Cosa Nostra fez um tratado de paz com a Bratva — Hades inalou devagar o ar do escritório.

— Qual seria esse tratado?

Petrova tirou o contrato com a assinatura do pai de Hades do outro lado do paletó. O italiano leu o contrato e segurou fundo a vontade de matar o velho que já estava vegetando.

— D'Angelo, se não aceitar está avisado que começará uma desavença direta com o Don da Bratva. Seu pai concordou selando a paz com as duas famílias quando assinou o contrato.

Hades olhou para Petrova e com a respiração ritmada sorriu cordialmente.

— É bom que ele acelerou esse processo, já estava nos meus planos arrumar uma esposa.

— Pois agora não precisa mais se preocupar ou procurar, a partir de hoje o senhor está comprometido com a filha primogênita do boss da Bratva.

Hades colocou o contrato na coxa, sorrindo seus olhos expressando um ódio controlado.

— Quando será a data para o meu casamento?

******

Assim que Petrova saiu da mansão D'Angelo pelo portão da frente, Hades olhou para Hermes irado.

— Meu pai estava mesmo mexendo uns pauzinhos — O Don mesmo a beira da morte estava um passo à sua frente e isso não era bom.

— Precisamos dessa casa limpa e em perfeito estado até o baile de seu batismo — Hermes falou olhando ao redor do escritório destruído.

Lidar com uma esposa tão cedo não estava nos seus planos, Hades tinha muito problema e ter uma esposa para proteger era um peso morto desnecessário no momento. Quando era mais jovem ele ja tinha aceitado que se casaria por algum motivo maior da famiglia, sexo fácil era o máximo que ele tinha, sabia que se fosse para se casar seria com alguma siciliana de famiglia. Se falassem para o Hades de vinte anos de idade que ele se casaria com uma Vasiliev, russa, provavelmente ele teria matado sem pensar duas vezes, por muitos anos seu pai manipulou todos os irmãos D'Angelo para odiar os inimigos, principalmente os russos.

Suspirando, Hades abriu os primeiros botões da camisa social querendo ar, onde estavam os seus malditos irmãos também?

— Você acha que pelo menos esse casamento vai durar? — Hades poderia matar sua esposa e ninguém saberia que ele seria o causador, poderia formular uma morte por acidente.

— Um tratado de paz com a Bratva é um grande passo para nossa mercadoria entrar no território russo, a famiglia lucraria muito com essa aliança.

Hades precisava que Drago aparecesse o quanto antes.

*****

— O que você sabe? — Drago perguntou inclinado em um dos soldados de Hades.

— Eu não entendi o chamado, senhor — O homem se direcionou a Hades, que estava no canto do cômodo sujo de braços cruzados.

— Tcs, tcs, tcs — Drago colocou a faca de coleção na bochecha do homem e o fez virar o rosto para ele.

Naquele momento Hades tinha deixado Drago seguir com o interrogatório sem interrupções.

— Conte-nos o que sabe, e o Don deixará que viverá — Hades comprimiu os olhos centímetros antes que Belial se movesse do seu lado.

— Que coisa mais tediosa — Disse Belial ao bocejar.

— Sairei vivo e bem se contar?

— Contente-se que sairá respirando.

— Preciso da palavra de honra do Don — Hades quase sorriu com a ousadia.

— Tudo bem — Hades interrompeu saindo do canto da parede e indo até uma cadeira que ficaria de frente para o homem que estava com os pulsos amarrados com uma corda. — Me diga o que você sabe — Ordenou, se sentando graciosamente na cadeira.

O homem desidratado olhou para Hades com o suor escorrendo pela testa, banhando-o como uma cachoeira. Ele engoliu várias vezes antes de tomar coragem e abrir a boca.

— Existe um boato pela famiglia — Ele olhou nos olhos de Hades. — Que foi uma emboscada.

— Isso já sabemos, já posso matá-lo? — Belial andou ansioso para iniciar sua nova arma com estilo.

— Uma emboscada.... De um rato — Subitamente todos ficaram em silêncio.

Hades sentiu o prazer de saber que tinha um rato na famiglia, finalmente seu pai tinha provado do próprio veneno. Uma leve fisgada em sua têmpora do lado direito lembrando-o que com essa afirmação ele teria que planejar a sua vendetta¹.

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vendetta¹ = Vingança

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