O avião decolava quando Leonardo enviou a última mensagem antes de colocar o celular em modo avião:
“Já morrendo de saudade de vocês. Cuida do nosso pequeno por mim.”
Isadora leu a frase pela décima vez, mesmo já sabendo de cor. O coração apertou, não pela distância em si — Londres era apenas uma viagem de negócios de quatro dias —, mas pelo vazio que o apartamento parecia carregar desde que ele saíra.
Calebe dormia tranquilo no berço, com o corpo pequeno protegido por uma manta azul. O som suave da respiração do bebê contrastava com o silêncio que preenchia a casa.
Era estranho. Por meses, a presença de Leonardo havia se tornado uma constante: o toque, a voz grave, o riso que ecoava pelos corredores. Agora, o espaço parecia grande demais, frio demais.
Naquela noite, Isadora tentava revisar os relatórios do Projeto Orion no computador, mas sua mente vagava.
Entre uma planilha e outra, imaginava Leonardo atravessando reuniões, jantares corporativos e entrevistas, mantendo o tom firme e