O sol da tarde entrava pela varanda como um velho amigo, iluminando a mesa enfeitada com balões lilás, cupcakes coloridos e um bolo gigante com o número 10 no topo. A casa estava cheia, viva, barulhenta — do jeitinho que Isadora sempre sonhou.
— Catarina, não corre! — Isadora gritou rindo, enquanto a garota passava feito um foguete pela sala, com os cabelos longos presos num rabo de cavalo e purpurina no rosto.
— Mas mãe, é meu aniversário! — ela respondeu sem nem desacelerar, atravessando o quintal para encontrar os amigos.
Leonardo apareceu atrás, segurando um pacote de presentes e balançando a cabeça.
— Igualzinha você — ele disse, dando um beijo no topo da cabeça da esposa. — Energia infinita.
— E um senso de liderança que você não admite que veio de você — ela rebateu, piscando.
No canto do quintal, Calebe, agora com 11 anos, tentava ensinar alguns truques de bola para um grupo de crianças menores. Ele fazia parecer fácil, sempre paciente, sempre aquele irmão mais velho que todos