Um mês havia se passado desde o retorno de Leonardo de Londres.
Calebe crescia rápido, o tempo corria mais depressa do que Isadora gostaria, e entre mamadas, reuniões e pequenos cochilos no sofá, a vida parecia enfim ter encontrado um ritmo.
O apartamento agora tinha cheiro de família — mistura de café fresco, perfume de bebê e o leve aroma amadeirado que Leonardo deixava no ar quando passava.
Era um lar, e Isadora sentia isso cada vez que o via com o filho nos braços.
Mas a calmaria às vezes esconde marés que ninguém percebe chegando.
***
Naquela manhã, Isadora estava no escritório da TechGlobal, participando de uma reunião remota com a equipe do Orion. Calebe ficara com a babá, e Leonardo tinha saído cedo para um compromisso com os investidores europeus.
Quando o encontro terminou, ela foi até a copa pegar um café.
Ao entrar, ouviu duas vozes cochichando — uma delas, inconfundível: Júlia, a nova assessora de comunicação, recém-transferida da filial de São Paulo.
— Eu vi, sim — dizia