Narrado por Yakov Smirnov
O caminho até a sede dos Volkov nunca me pareceu tão longo. Cada quilômetro percorrido era combustível para a fúria que ardia dentro de mim. O frio de Moscou entrava pelas frestas do carro, mas eu não sentia nada. Só havia calor. O calor do ódio.
Dmitri havia humilhado minha filha. Tinha cuspido no nosso nome como se não valesse nada. Catarina chorava no quarto, destruída, repetindo a cena na clínica: ele rasgando o noivado, jogando anos de negociações no lixo, como se fosse apenas mais um negócio desfeito.
E tudo por causa de uma mulher qualquer.
Não, isso não ficaria assim.
Cheguei ao prédio que servia de sede da Bratva e atravessei o saguão sem pedir licença. Os guardas me olharam, tensos, mas não ousaram me impedir. Sabiam quem eu era. Yakov Smirnov não era apenas um pai furioso, era um homem com décadas de sangue derramado pela máfia.
A porta pesada do escritório se abriu diante de mim. Dmitri estava sentado atrás da mesa, as mãos entrelaçadas, o olhar f