Narrado por Dmitri Volkov
O carro mal parou diante da casa de Mikhail e eu já estava descendo. A porta da frente estava entreaberta, e um arrepio percorreu minha espinha. Não era normal. Nada na vida de um homem como ele ficava fora do lugar.
Entrei sem anunciar. O cheiro metálico de sangue tomou o ar. Passei pelo corredor estreito e o vi caído no chão da sala, apoiado contra a parede, respiração pesada. O sangue escorria de um corte profundo na testa e manchava a camisa.
Dmitri: — Mikhail!
Corri até ele, ajoelhando ao lado, e segurei seu ombro. Ele abriu os olhos lentamente, uma sombra de sorriso irônico nos lábios.
Mikhail: — Até que enfim, Don Volkov. Achei que ia me deixar apodrecer aqui.
O coração martelava forte no meu peito, mas não deixei transparecer.
Dmitri: — Quem fez isso?
Ele cuspiu um pouco de sangue, respirando fundo.
Mikhail: — Alguns homens. Profissionais, mas não o suficiente.
Dmitri: — Quem mandou?
Mikhail respirou fundo, olhos fixos nos meus.
Mikhail: