Narrado por Anya Petrova
O quarto estava mergulhado no silêncio, mas eu não conseguia dormir. A cena se repetia na minha mente como um pesadelo que também tinha gosto de realidade. O toque das mãos dele segurando minha cintura, a parede fria contra minhas costas, e principalmente… o beijo.
A cada vez que lembrava, meu corpo reagia de um jeito que me assustava. Não era só ódio, não era só medo. E era isso que me deixava ainda mais perturbada.
Levantei da cama sem fazer barulho. O corredor estava escuro, mas eu sabia exatamente para onde ir. As batidas na porta foram suaves, quase tímidas. Quando Polina abriu, com o cabelo bagunçado e expressão sonolenta, quase desabei em lágrimas só de ver aquele rosto amigo.
Polina: — Anya? O que houve?
Entrei antes de responder. Darya estava deitada, mas logo se sentou, curiosa, ajeitando o cobertor nos ombros.
Anya: — Eu precisava falar com vocês. Agora.
As duas trocaram um olhar preocupado. Polina fechou a porta, e Darya se inclinou na cama, ansios