Narrado por Dmitri Volkov
O silêncio da madrugada era quebrado apenas pelo estalar da lareira. O fogo iluminava a sala com tons alaranjados, refletindo no cristal do copo de uísque que eu girava entre os dedos. O líquido queimava na garganta, mas não tanto quanto a lembrança de um beijo que não me saía da mente.
Mikhail estava sentado no sofá ao lado, pernas abertas, copo cheio, olhar atento. Ele sempre sabia quando eu estava remoendo algo, mesmo que eu não dissesse uma palavra.
Mikhail: — Você está estranho, Dmitri. Mais calado do que o normal.
Sorri de canto, sem humor.
Dmitri: — Estranho é pouco. Eu estou desejando uma mulher que jura me odiar.
Mikhail ergueu uma sobrancelha, curioso.
Mikhail: — Anya.
Assenti, bebendo mais um gole.
Dmitri: — Eu a beijei. Contra a parede do quarto. Ela resistiu… mas depois cedeu. E desde então não consigo parar de pensar no gosto dela.
Mikhail soltou um riso baixo.
Mikhail: — Então o Don Volkov finalmente encontrou uma mulher que não se dobra de pri