Narrado por Noah
Eu estava no hotel desde cedo, trancado naquela sala de reuniões improvisada, ouvindo um francês arrogante me explicar pela terceira vez o mesmo contrato. A cabeça já latejava, o terno estava apertado demais, e meu celular vibrava no bolso da calça pela quinta vez em menos de uma hora.
Caio.
De novo.
Pedi uma pausa.
Saí da sala, caminhei até o corredor vazio, com vista pro mar de Dubai. Atendi já com a tensão no pescoço.
Noah: — Fala, Caio. Aconteceu alguma coisa?
A voz dele estava mais firme que o normal. Sem rodeios.
Caio: — Senhor Mancini, identifiquei quem entregou a caixa com a chupeta e a roupa suja de sangue.
Travei.
Noah: — E?
Caio: — Era um entregador autônomo. Mas conseguimos rastrear quem o contratou.
Noah: — Fala logo, porra.
Do outro lado, silêncio. E então, como um soco no estômago:
Caio: — Foi a sua mãe. Viviane Mancini.
A garganta fechou. O coração bateu mais forte — não de medo. De nojo. De raiva.
Noah: — Cê tem certeza do que tá falando?
Caio: — Imag